Como uma forma de eternizar a gestação, a Maternidade do Hospital de Caridade de Carazinho vem realizando uma ação afetiva, onde ao ter alta da maternidade, a família do bebê pode levar para casa o carimbo da placenta da genitora, grafado em uma folha de papel com tinta guache.
Símbolo que perpassa pela fecundidade e imortalidade, a placenta é a primeira morada dos seres humanos. Na medicina, ela representa as raízes da criança no terreno da mãe. Como uma forma de eternizar a gestação, a Maternidade do Hospital de Caridade de Carazinho vem realizando uma ação afetiva, onde ao ter alta da maternidade, a família do bebê pode levar para casa o carimbo da placenta da genitora, grafado em uma folha de papel com tinta guache.
O projeto Árvore da Vida já vem sendo realizado há algum tempo com a permissão prévia das mães, e segundo a enfermeira obstétrica do HCC, Érica Kimura Nunes, essa é uma forma de humanização, de carinho, de lembrança do hospital onde nasce o bebê e do momento único do nascimento. “A placenta é o que nutre o bebê, que libera o oxigênio, muito importante durante a gestação. Então esse é um dos maiores vínculos entre a mãe e o bebê”, diz.
Depois do parto, o órgão passa por um processo de higienização, para então, receber o trabalho artístico. Com tinta guache, a placenta é colorida e depois é carimbada numa folha de papel. Após secar, a obra é entregue à família, contando ainda com todas as informações do nascimento do bebê.
Para a mãe do Henríco Sella, nascido no último dia 03 de dezembro no HCC, Camìla Créstani Sella, foi uma alegria enorme eternizar algo tão simbólico e que poderá ficar guardado para uma vida toda. “É muito bom quando somos respeitadas em nossos desejos e vontades em um momento em que uma montanha russa passa dentro da gente. Após meu Golden Hour, fomos juntos para a recuperação e recebemos uma linda “árvore da vida” feita pela enfermeira Érica e sua equipe, com uma dedicatória em que lembraremos para sempre. Nossa eterna gratidão, só agradecer, agradecer e agradecer. Tudo ocorreu perfeito e isso fez total diferença em meu pós parto”, explica Camìla.
A gerente assistencial, Aline Vanessa de Ávila, ressalta que o modelo assistencial hospitalar obstétrico vem mudando muito, e a humanização é a marca deste projeto de nome Árvore da Vida. “Eternizar este momento do nascimento para a mulher e sua família, é uma das várias estratégias voltadas à humanização da assistência ao parto e nascimento, o resultado sem dúvida, é a satisfação gerada pois o momento ficará eternizado em forma de arte. É importante constar que assim como as impressões digitais, cada placenta é única, uma lembrança singular do bebê”, salienta.
A importância da placenta na gestação
A simbologia da Árvore da Vida, vem de um termo bíblico, onde a árvore representa a continuação da vida, o tronco que cresce em direção ao mundo e as raízes que nutrem, sendo uma analogia a perpetuação da vida, segundo o ginecologista e obstetra do HCC Jeser Savoldi, a. “A placenta é um órgão que se desenvolve durante a gestação, é um tecido que está ligado diretamente ao útero e tem a capacidade de absorver o sangue uterino e todos os seus nutrientes, filtrando e modificando esse sangue, uma vez que o sangue materno muitas vezes é diferente do sangue fetal, para passar os nutrientes para o bebê. Ela é uma massa esponjosa que fica na parede do útero, filtrando os nutrientes, os quais vão para o cordão umbilical até chegar no bebê. Além disso, ela é responsável pela produção de vários hormônios, dentre eles a progesterona, que é o hormônio que mantém o útero sem contrações, evitando um parto prematuro”, diz Jeser.
Ele ainda explica que ao final da gestação a placenta envelhece, parando de produzir hormônios e o útero começará a contrair, sendo isso o início do trabalho de parto em uma gestação de padrão normal, ou seja, sem nenhuma complicação. “No momento em que o bebê nasce o cordão umbilical será clampeado e logo em seguida vem a dequitação, que é a saída da placenta. Neste sentido, pode-se fazer essa impressão para ficar como lembrança, com o formato da Árvore da Vida. Essa é uma experiência muito interessante que a equipe de enfermagem da Maternidade do HCC vem realizando”, conclui.