O Serviço de Hemodiálise realiza cerca de 920 hemodiálises por mês, são cerca de 70 pacientes, que fazem o procedimento três vezes por semana, cerca de 4 horas diárias. Esses, buscam o tratamento para patologias relacionadas ao sistema renal.
Neste primeiro semestre de 2023, o Hospital de Caridade de Carazinho, bem como o Serviço de Hemodiálise registraram quatro transplantes de rins em pacientes da instituição de saúde. Um número que encerra a espera dos pacientes, enche o coração dos demais de esperança e alegra as equipes do HCC.
O Serviço de Hemodiálise realiza cerca de 920 hemodiálises por mês, são cerca de 70 pacientes, que fazem o procedimento três vezes por semana, cerca de 4 horas diárias. Esses, buscam o tratamento para patologias relacionadas ao sistema renal.
Segundo a enfermeira do Serviço de Hemodiálise do HCC, Marciane Silva, o paciente entra em uma fila de transplante através de um convênio, entre o HCC e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O paciente é avaliado pelos nefrologistas do HCC, os quais realizam um cadastro junto ao HCPA. Após isso, o paciente realiza diversos exames, para que o procedimento possa acontecer. Além disso, precisa haver um doador ou um órgão à disposição. “O objetivo da equipe da Hemodiálise do HCC, é sempre agilizar essa questão do transplante, desde que o paciente esteja em condições. À cada transplante, uma nova alegria para todos que estão envolvidos com o Serviço, desde os pacientes e a equipe da hemodiálise, até os colaboradores indiretos do setor”, disse.
O diretor técnico do HCC e nefrologista do Serviço de Hemodiálise, Dr. Darlan M. Lara, ressalta que o Serviço de Nefrologia do HCC funciona desde 1994 e sempre incentivou os transplantes. “O convênio com o HCPA, sempre foi muito positivo, tanto no sentido de aprimorar os processos, quanto no sentido dos transplantes. O Serviço sempre teve um número expressivo de transplantes a cada ano. Esses transplantes que aconteceram no primeiro semestre de 2023, apontam para essa retomada de um processo que ficou um pouco interrompido durante a Pandemia, quanto também houve uma queda significativa nas doações de rins”, explica.
O Médico ainda salienta que quando o paciente tem insuficiência renal e passa a necessitar de hemodiálise por um determinado tempo ou de um possível transplante, existem duas alternativas. Uma é quando um familiar geneticamente compatível e saudável realiza a doação. Esse processo se chama de Doador Vivo e neste caso o doador precisa ser obrigatoriamente familiar. “Quando não há um doador familiar, o paciente entra na fila de transplante, no aguardo de doador diagnosticado com morte encefálica. Nesse caso, quem decide quem recebe esse órgão é a Central Estadual de Transplante, com base nos exames genéticos e não de uma fila por ordem de ingresso. É importante que as pessoas entendam esse processo, pois as vezes, um paciente já está há alguns anos em diálise e não é contemplado, como pode alguém que iniciou a pouco tempo realizar o transplante”, disse.
Depoimentos que emocionam
Em julho de 2021, a paciente Helaine Gnoatto Zart, de Não-Me-Toque, recebeu o diagnóstico de problemas renais, juntamente com a necessidade de um transplante. Em abril de 2022, iniciaram-se, então, as primeiras sessões de hemodiálise. E, em 16 de maio de 2023, finalmente aconteceu o tão esperado procedimento, em que a irmã, Neusa Gnoatto Soldattelli, foi a doadora.
“Foi um ano e três meses de hemodiálise no Hospital de Caridade de Carazinho e um ano de acompanhamento, mais exames e consultas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde ocorreu o procedimento. A hemodiálise foi o segundo choque de realidade. Encarar o cateter, depois a fístula, as quatro horas de máquina, três dias da semana só foram possíveis pela acolhida das técnicas e das enfermeiras do HCC. Nunca vi alguém da equipe fazer diferença entre as pessoas, sempre atenciosas e carinhosas. Levar uma vida produtiva, apesar da doença renal, também foi possível porque segui as orientações da equipe sobre as restrições alimentares e de líquidos”, disse Helaine.
Helaine, relata ainda que agora já se sente com energia para voltar gradativamente ao trabalho. “Tenho encontrado pacientes com 24 anos de transplante renal, comprovando o sucesso desta intervenção que devolve a qualidade de vida às pessoas, e também tenho vibrado de alegria com os colegas do HCC que estão sendo contemplados com essa chance”, concluiu.
Foto: Arquivo pessoal