19/09/2016
Na última sexta-feira (16) e nesta segunda-feira (19), os profissionais do Hospital de Caridade de Carazinho estiveram reunidos para refletir e trocar experiências sobre os casos de suicídio. Durante a atividade, os psicólogos da instituição de saúde, Camila Jacoby e Marcelo Graciano, apresentaram os índices de morte no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Carazinho e salientaram os cuidados que devem ser direcionados a esses pacientes.
O mês de setembro é marcado pelas campanhas de conscientização e prevenção do suicídio. O movimento, caracterizado pela cor amarela, visa alertar a população a respeito dos índices alarmantes desse tipo de morte, no Brasil e no mundo, além de informar sobre como é possível evitá-las.
De acordo com dados oficiais, no mundo, cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano, o que corresponde a uma morte a cada 40 segundos. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde, 90% dos casos poderiam ser evitados, se os indivíduos procurassem a ajuda de quem está à sua volta.
O Hospital de Caridade de Carazinho também está engajado nessa campanha. Por isso, organizou um cronograma de atividades de orientação e capacitação dos profissionais que atuam com pacientes que apresentam predisposição ao suicídio.
Na última sexta-feira (16) e nesta segunda-feira (19), os enfermeiros, técnicos de enfermagem e estagiários estiveram reunidos para refletir e trocar experiência sobre o tema. Durante as atividades, os psicólogos do HCC, Camila Jacoby e Marcelo Graciano, apresentaram, inicialmente, dados históricos e culturais relacionados aos episódios de suicídio. Segundo eles, o assunto ainda é tratado como um tabu, como algo que não deve ser comentado, o que contribui para a ocorrência elevada de casos.
Em meio às exposições de opiniões e experiências dos participantes, os psicólogos salientaram, especialmente, a importância da atenção e do cuidado que os profissionais de saúde devem ter com os pacientes, a fim de reconhecer neles a intenção de cometer o suicídio, encaminhá-los para um especialista e, assim, evitar que os fatos realmente ocorram.
Também, destacaram os índices de mortes no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Carazinho, afirmando que, no estado gaúcho, a taxa de suicídios é o dobro da nacional, número que se agrava ainda mais na região Norte. Além disso, explicaram que os episódios são mais frequentes em homens, endividados, agricultores e de etnia alemã.
Entre os motivos para esse elevado índice, segundo eles, estão fatores culturais e econômicos, como a obrigação que o homem sente de ser o provedor dos recursos financeiros da família e a vergonha de expressar seus sentimentos e fragilidades.
Durante as conversas, os participantes refletiram, ainda, sobre os tipos de morte mais comuns – enforcamento, arma de fogo e ingestão de substâncias -, os fatores psicológicos que podem estar envolvidos em casos de suicídio e os sinais apresentados pelos indivíduos que pretendem cometer esses atos.