27/04/2017
O objetivo da CIHDOTT é realizar o processo de captação de órgãos diante de um potencial doador.
O Hospital de Caridade de Carazinho mantém, desde 2007, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes - CIHDOTT, com o objetivo de realizar o processo de captação de órgãos diante de um potencial doador.
Ou seja, quando há um paciente com diagnóstico de morte encefálica, a Comissão organiza todo o processo, desde a comunicação com a Central de Transplantes, com sede em Porto Alegre, a intervenção com a família até o fechamento do protocolo.
Esse protocolo consiste em uma série de exames e testes, exigidos por lei, que são realizados com o paciente para que o diagnóstico de morte encefálica seja confirmado. A morte encefálica é requisito fundamental para que um indivíduo seja considerado um potencial doador de órgãos. Ela consiste na parada total e irreversível das funções cerebrais, assim, ainda que os demais órgãos continuem em funcionamento, por meio da utilização de aparelhos, o indivíduo não voltará à vida.
Em 2017, um protocolo foi aberto pela CIHDOTT no HCC e a família do paciente autorizou a doação dos órgãos.
A captação dos órgãos é realizada por uma equipe especializada da Central de Transplantes, através de procedimento cirúrgico, com o auxilio de profissionais do hospital e podendo ser acompanhada por um médico de confiança da família. Após a cirurgia, os profissionais correm contra o tempo para que o transplante seja feito. No caso do fígado, por exemplo, do momento da retirada do órgão do doador até o seu transplante para o receptor devem transcorrer, no máximo, 12 horas. No caso dos rins, são no máximo 48 horas.
A definição do receptor dos órgãos considera a ordem da lista de espera e os exames de compatibilidade com o doador.
A negação da família é a maior dificuldade enfrentada pelos profissionais de saúde que realizam os protocolos de doação de órgãos. Dos 6.979 potenciais doadores notificados em 2015 no Brasil, por exemplo, apenas 1.898 doações foram efetivadas. 22% dessas negativas aconteceram pela falta de autorização dos familiares.
A perda de um ente querido é, sem dúvida alguma, um momento de sofrimento e tristeza para as famílias. Por isso, é importante que as pessoas conversem com seus familiares e deixem claro sua vontade de doar seus órgãos. Esse desejo explícito será determinante durante a tomada de decisão. Informar e esclarecer as dúvidas dos familiares neste momento tão difícil é, também, papel da CIHDOTT, formada por Enfermeiros, Médicos, Assistentes sociais e Psicólogos.