Nutricionista do HCC destaca a importância de hábitos alimentares saudáveis desde a infância
De acordo com a nutricionista clínica do HCC, Anelise Kayser, é essencial que sejam disponibilizadas informações de qualidade à população, a fim de conscientizá-la sobre a importância da prevenção da obesidade já na infância, conforme sugere o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, comemorado em 11 de outubro.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os índices de obesidade e sobrepeso quase triplicaram desde 1975. Em 2016, cerca de 1,9 bilhão de adultos, com 18 anos ou mais, apresentavam excesso de peso. Destes, mais de 650 milhões eram obesos. No Brasil, conforme a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em 2017, quase 1 em cada 5 brasileiros (18,9%) estão obesos e mais da metade da população das capitais brasileiras (54,0%) estão com excesso de peso.
Além disso, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), de 2015, 7,8% dos adolescentes matriculados nas escolas analisadas, com idade entre 13 e 17 anos, estão obesos. Entre as crianças, conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2008/2009, há prevalência de excesso de peso em 34,8% e de obesidade em 16,6% das crianças na faixa de 5 a 9 anos.
De acordo com a nutricionista clínica do Hospital de Caridade de Carazinho, Anelise Kayser, a obesidade é, hoje, um dos maiores problemas globais de saúde pública. Segundo ela, a preocupação atual é que as crianças com sobrepeso poderão se tornar adultos obesos, com maior probabilidade de desenvolver diabetes, doença cardíaca, hipertensão, altas taxas de câncer e outros problemas de saúde.
Por isso, é essencial que sejam disponibilizadas informações de qualidade à população, a fim de conscientizá-la sobre a importância da prevenção da obesidade já na infância, conforme sugere o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, comemorado em 11 de outubro. “O acesso à informação nutricional de qualidade deve ser fator fundamental no combate à obesidade infantil, seja através de nutricionistas, de campanhas governamentais, da própria escola, com acesso à educação nutricional e merenda escolar adequada, além do incentivo familiar”, destaca.
Conforme Anelise, muitos estudos relacionam a redução da obesidade infantil com a rotina alimentar do núcleo familiar, uma vez que a adesão a um estilo de vida mais saudável contribui de forma significativa para que a criança tenha mais interesse em experimentar e aderir novos alimentos no dia a dia. “Para um resultado realmente satisfatório, a participação da família é muito importante, seja por meio do exemplo, do incentivo - através de receitas saudáveis e saborosas -, da aquisição adequada dos alimentos e, principalmente, do apoio emocional”, ressalta.
Segundo ela, porém, o acompanhamento de um profissional da área da saúde, como médico e nutricionista, é fundamental para que haja um diagnóstico correto - por meio da realização de exames específicos -, resultando em uma reeducação alimentar individualizada e, consequentemente, melhorando do rendimento físico e cognitivo da criança.
Por fim, ainda, a nutricionista relaciona algumas recomendações alimentares que devem ser encorajadas pelos pais e membros da família, auxiliando a criança a ter uma melhor qualidade de vida:
• Evite o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados. Incentive o consumo de água, água saborizada ou suco natural não adoçado;
• Encoraje a prática de atividade física: brincar ao ar livre, andar de bicicleta, praticar esportes. Modere o tempo que a criança fica em frente à televisão e eletrônicos;
• Estimule o consumo de legumes e vegetais nas refeições. Dê o exemplo, ofereça diferentes cores, texturas e elaborar preparações com esses ingredientes;
• O sono também é muito importante. Garanta que a criança tenha no mínimo 8 horas de sono por dia;
• Evite o consumo de fast food – lanches rápidos (hambúrguer, batata frita);
• Reduza o consumo de sal. Caso a criança já tenha o hábito de consumir alimentos com acréscimo de sal, é necessário que a redução seja gradativa, para que haja melhor adaptação. Prefira temperos naturais para variar os sabores dos alimentos e evitar alimentos industrializados e embutidos, pois são ricos em sal;
• Na hora de preparar a merenda: opte por frutas in natura ou desidratadas, iogurtes sem adição de açúcar, sanduíches naturais, oleaginosas (castanhas, amendoim), sucos de frutas naturais, legumes crus ou cozidos, batidas de fruta, biscoitos integrais sem adição de açúcar, bolos caseiros integrais sem cobertura. É importante variar os lanches, o tipo da fruta, a forma de apresentação e também a textura;
• O consumo de balas, doces, chocolates e guloseimas não deve ser diário. Evite adquirir estes alimentos e mantenha o acesso limitado. Negocie para que o consumo seja somente em um dia ou dois da semana;
• É importante incentivar a criança a consumir boas fontes de proteínas: carne de gado magra, frango sem pele, peixe, ovos, leite e iogurte;
• Alimentos fritos são fontes de gordura saturada, por isso, limite o uso de óleo, dando prioridade para preparações cozidas, refogadas ou assadas. Se utilizadas com moderação e em pouca quantidade, a banha de porco e manteiga são as melhores opções.
• É recomendado o aleitamento materno até, no mínimo, os seis meses de vida. Após este período, inicie a introdução alimentar para complementar a alimentação. Evite o consumo de alimentos e bebidas industrializadas, dando preferência para frutas, hortaliças, vegetais, leguminosas e cereais sem adição de açúcar e sal.
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