HCC

Com grande público, I Seminário de Saúde Mental do HCC aborda a temática do suicídio

06/09/2019

Com o tema “Suicídio: a dimensão do problema”, o evento contou com palestra e minicurso, direcionados aos profissionais e estudantes da área saúde, além de educadores.

Em alusão ao movimento Setembro Amarelo – que visa alertar a população acerca dos altos índices de suicídio, no Brasil e no mundo, e conscientizá-la sobre a importância das medidas de prevenção -, o Hospital de Caridade de Carazinho promoveu, na quinta-feira (05), o I Seminário de Saúde Mental.

Com o tema “Suicídio: a dimensão do problema”, o evento teve o objetivo de proporcionar aos profissionais e estudantes da área saúde, além de educadores, a ampliação de conhecimentos acerca do assunto, a fim de que os pacientes tenham a ajuda, o acolhimento e a atenção adequada.

A programação da atividade contou, no turno da noite, com a palestra “Riscos e sinais do suicídio: acolhimento e prevenção”, ministrada pela doutora em Psicologia, professora e pesquisadora em Psicologia da Saúde, Psicologia da Morte, e Finitude e Terminalidade, na Universidade de Passo Fundo, Ciomara Benincá.

Durante sua explanação, a palestrante desmistificou os mitos e as verdade que permeiam a temática do suicídio. Em formato de quiz, portanto, convidou o público a refletir sobre afirmações que a sociedade reproduz sempre que o assunto é abordado.  Segundo ela, quem comunica o desejo de tirar a própria vida pode sim cometer esse ato, e quem tentou cometê-lo uma vez, poderá, de fato, realizar uma nova tentativa. Além disso, ter pensamentos suicidas é, realmente, algo comum, porém, são significa que a pessoa tenha desistido de viver, mas, sim, que desistiu de viver com a dor que está sentindo.

A importância da atuação dos profissionais de saúde na identificação e no acolhimento dos pacientes sob risco de suicídio também foi enfatizada pela psicóloga, além da atenção às situações e aos comportamentos de risco que podem indicar a intensão de realizar essa ação. Nesse contexto, ainda, ela enalteceu a atuação dos serviços de apoio, como o Centro de Valorização da Vida - CVV, que oportuniza auxilio emocional, atendendo, de forma voluntária, todas as pessoas que querem conversar por telefone, e-mail ou chat.

Antes da palestra, durante o protocolo inicial, o presidente do HCC, Jocélio Cunha, acolheu o grande público presente, desejando as boas-vindas a todos. Além disso, ressaltou a importância das atividades de formação e capacitação promovidas pelo hospital, a fim de difundir informações relevantes à comunidade, visando a prevenção de doenças e o seu bem-estar.

Após, o médico psiquiatra, Dr. Marcus Dalsasso, ressaltou a importância da temática do evento e apresentou o trabalho desenvolvido pela Unidade Psicossocial da instituição de saúde.

Minicurso orienta sobre a abordagem e o encaminhamento do paciente sob risco de suicídio

O cronograma do I Seminário de Saúde Mental do HCC contou, também, com o minicurso “Abordagem e encaminhamento do paciente sob risco de suicídio”, realizado durante a tarde. Inicialmente, a coordenadora do CAPSi de Carazinho, Silvana Kemmerich, alertou para a incidência dos casos de suicídio entre os jovens de 10 a 19 anos. Segundo ela, no Brasil, os índices de ocorrências nessa faixa etária aumentaram em 24%.

“Para falar sobre suicídio na adolescência, é preciso pensar na vulnerabilidade destas pessoas ainda em formação da identidade. Afinal, além de não ter criado anticorpos para viver em sociedade, o adolescente é caracterizado pela impulsividade, pela falta de paciência e pela dificuldade em lidar com as frustrações”, pontuou.

Nesse contexto, ainda, ela salientou os fatores que podem desencadear o desinteresse pela vida, enumerou os sinais de alerta, orientou sobre como agir nessas situações e ressaltou a atuação dos serviços de saúde, que atuam no acolhimento desses casos. “Se você acha que a pessoa está em risco, não a deixe sozinha. Procure, imediatamente, ajuda de profissionais de saúde, de emergência e comunique um familiar indicado por ela”, frisou.

A importância de identificar precocemente, abordar e encaminhar corretamente o paciente sob risco de suicídio também foi salientada pela enfermeira do CAPS do município, Helena Roberta Silva. Em sua fala, ela apresentou as causas mais comuns de mortes por suicídio, os principais métodos empregados por que comete esses atos e os fatores de risco, que incluem transtornos mentais, sociais e psicológicos, além de condições clínicas incapacitantes. “A maioria das pessoas com ideias de morte comunica seus pensamentos e intenções suicidas, seja de forma comportamental ou por indicações verbais”, pontuou, enfatizando os sinais de alerta, as medidas de prevenção e a forma correta de auxiliar esses pacientes.

De acordo com a enfermeira, ainda, é preciso conscientizar a sociedade de que esse é um problema de saúde pública, que pode ser prevenido. “Nem sempre é possível curar ou resolver uma necessidade apresentada, mas é sempre possível cuidar, escutar e contribuir para amenizar o sofrimento do outro. Até porque, quem adoece, adoece como um todo, repercutindo no corpo, na alma, na vida. Junto com alguém que sofre, sofrem os que o amam”, destacou.

Exposição de artes

Além de refletir sobre a temática do suicídio, os participante do I Seminário e Saúde Mental do HCC puderam, ainda, prestigiar uma exposição de obras de arte confeccionadas pelos pacientes que estiveram internados na Unidade de Saúde Mental do HCC.

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