20/12/2016
O Governo Federal ainda não efetivou o pagamento de R$45 milhões às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul, que deveria ter sido feito no 5º dia útil de dezembro. Além disso, por parte do Governo Estadual, há uma dívida de R$144 milhões, referentes aos programas realizados nos meses de março, abril, maio e outubro. Devido a isso, as instituições de saúde do estado estão enfrentando dificuldades para quitar a folha de pagamento e o 13º salário de seus funcionários.
O pagamento, por parte do Governo Federal, de R$45 milhões às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul, que deveria ter sido feito no 5º dia útil de dezembro, ainda não foi efetivado. Essa verba é relativa aos serviços de Média e Alta Complexidade realizados pelas instituições. Além disso, por parte do Governo Estadual, há uma dívida de R$144 milhões, referentes aos programas realizados nos meses de março, abril, maio e outubro.
Devido a isso, de acordo dados da Federação das Santas Casas do RS, 23% das instituições ainda não conseguiram efetivar o pagamento da primeira parcela do 13º salário de seus colaboradores, e o mais preocupante, 57% delas não têm como cumprir com a segunda parcela e nem mesmo têm previsão para tais pagamentos.
Outros indicadores, que levam em conta o período de janeiro a novembro de 2016, também são alarmantes para a saúde dos gaúchos, especialmente por se tratar da maior rede hospitalar do estado. Nesse período, 12,20% das instituições reduziram leitos, 41,46% enxugaram o quadro funcional (4mil demissões foram efetuadas), 20,73% reduziram internações e 19,51% diminuíram os atendimentos ambulatoriais. Ainda, 30,49% atrasaram salários e 54,88% atrasaram honorários médicos.
Essa falta de repasses por parte dos governos Federal e Estadual atinge, também, o Hospital de Caridade de Carazinho. De acordo com o administrador da instituição, Felipe Sohne, esse impasse resulta no atraso do pagamento dos salários referentes ao mês de novembro e na não quitação das dívidas com fornecedores e prestadores de serviço.
Segundo ele, ainda não há informações oficiais sobre quando os recursos serão destinados aos Hospitais Filantrópicos e Santas Casas, mas, espera-se que isso ocorra nos próximos dias. “O HCC tem em sua agenda financeira a prioridade do pagamento da folha dos funcionários - visto que as duas parcelas do 13º salário já foram quitadas - e tem trabalhado muito para que se concretize o quanto antes”, assegura.
O administrador afirma, também, que, além de estar trabalhando com a redução de custos e desperdícios, a direção do HCC continua empenhada na obtenção de recursos e parcerias e está realizando as devidas pressões e negociações políticas, visando amenizar essa situação.