HCC

Dia Internacional da Mulher

08/03/2018

Conheça a história de Vera Lúcia da Silva e de Nadiesda de Zorzi Garzão, duas profissionais que atuam no Hospital de Caridade de Carazinho e que representam a força, a dedicação, a sensibilidade e a competência feminina, em especial, das mais de 350 mulheres que compõem a família HCC.

 

Em 08 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Mais que festiva, a data visa ressaltar a importância do papel da mulher na sociedade, alertando sobre os casos de preconceito, violência e desigualdade historicamente enfrentados por elas.

A comemoração foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, no entanto, as lutas e reivindicações das mulheres por melhores condições de trabalho e igualdade de direitos sociais, políticos e trabalhistas iniciaram décadas antes. Em 08 de março de 1857, essas reivindicações impulsionaram as operárias de uma indústria têxtil de Nova Iorque a entraram em greve. O movimento, que foi reprimido com violência, pedia, entre outras medidas, a redução do horário de trabalho de mais de 16 horas por dia para 10 horas.

Essa luta que iniciou em meados do século XIX, segue atual no século XXI. Ainda hoje, as mulheres recebem, em média, salários 30% menores que os homens quando ocupam os mesmos cargos e com a mesma formação. Além disso, mesmo que elas tenham maior nível de escolaridade, nas corporações públicas e privadas, os cargos de liderança e diretorias são de predominância masculina. Sem falar, ainda, da pequena participação de mulheres na política pública - cerca de 10%. 

Os índices de violência contra a mulher são ainda mais alarmantes. De acordo com dados divulgados pelo Monitor da Violência, parceria entre o site G1, o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 4.473 mulheres foram vítimas de homicídio em 2017, um crescimento de 6,5% em relação a 2016 - isso significa que 12 mulheres foram assassinadas por dia no país, no ano passado.

Esses números refletem a importância de se falar sobre o tema, ano após ano. O Hospital de Caridade de Carazinho reconhece, valoriza e respeita a atuação feminina, tanto no ambiente de trabalho, como na sociedade como um todo. Afinal, mais de 75% de seu quadro de funcionários é composto por mulheres.

Por isso, para homenageá-las nesta data simbólica, contaremos a história de Vera Lúcia da Silva e de Nadiesda de Zorzi Garzão, duas profissionais que atuam na instituição de saúde e que representam a força, a dedicação, a sensibilidade e a competência feminina, em especial, das mais de 350 mulheres que compõem a família HCC.

 

Vera Lúcia da Silva – Copeira: “As pessoas, às vezes, me perguntam: você nunca quis estudar Enfermagem? Eu digo: Não. Porque eu amo o que faço!” 

A segunda filha mais velha entre sete irmãos, Vera Lúcia da Silva ingressou no Hospital de Caridade de Carazinho aos 23 anos. Era o seu primeiro emprego. 28 anos depois, ela permanece atuando na instituição de saúde, na mesma função: Copeira. “As pessoas, às vezes, me perguntam: você nunca quis estudar Enfermagem? Eu digo: Não. Porque eu amo o que faço!”, ressalta ela, com orgulho.

Verinha, como é carinhosamente chama pelos colegas de trabalho, lembra as dificuldades que enfrentou no início de sua vida profissional. “A minha filha era pequena e, naquela época, não havia tantas opções de escola e creches como hoje. No trabalho, também não era como atualmente, passamos por dificuldades, situações de altos e baixos. Mas, com o passar do tempo, as coisas foram mudando e nós nos adaptamos a elas”, recorda, salientando que sempre procurou fazer o seu melhor e atender os pacientes com carinho, atenção e um sorriso no rosto.

Para ela, a proximidade com os pacientes e a oportunidade de proporcionar a eles aconchego, conforto e alegria, por meio de uma refeição, são os fatores que tornam sua função tão especial e importante. “Para mim, a nutrição é a melhor parte do hospital. É a parte feliz. Às vezes, os pacientes precisam de um gesto de afeto, de uma palavra de carinho, e nós entregamos isso a eles”, salienta.

Além de atuar como Copeira no ambiente de trabalho, na vida pessoal, Vera cumpre outros papeis importantes: o de mãe, de avó, de bisavó e de esposa. Por isso, ela afirma sentir-se realizada como mulher. “Eu procuro passar minha experiência para minha filha e para minhas colegas de trabalho. Desejo que elas sejam exemplos de mulheres: dedicadas, atenciosas, responsáveis e batalhadoras”, destaca, afirmando seu anseio de permanecer atuando no HCC por muitos anos ainda.

 

Nadiesda de Zorzi Garzão – Farmacêutica: “Eu sempre busquei um futuro melhor pra mim, para o meu filho, para a minha família. Por isso, me considero uma pessoa muito guerreira e batalhadora”

Natural de Palmeira das Missões, Nadiesda de Zorzi Garzão é farmacêutica e coordena a Farmácia do Bloco Cirúrgico do Hospital de Caridade de Carazinho. Aos 20 anos, ainda na faculdade, casou-se e foi mãe, mas, nem por um momento, pensou em desistir dos estudos. “Eu sempre busquei um futuro melhor pra mim, para o meu filho, para a minha família. Por isso, me considero uma pessoa muito guerreira e batalhadora”, afirma.

Ela recorda o período em que, ainda jovem, precisava conciliar os estudos, os trabalhos domésticos e os cuidados com o filho e o marido. “Eu tinha aula em turno integral, por isso, às vezes, saia cedo da manhã para pegar o ônibus até Passo Fundo, voltava à noite e encontrava meu filho dormindo. No outro dia, eu saia novamente e ele ainda estava dormindo. Então, foi uma fase bastante corrida”, lembra.

Por ter vivenciado essa experiência, Nadiesda acredita que nada é impossível de ser realizado, basta ter dedicação, perseverança e força de vontade. Esse pensamento, ainda, ela procura transmitir às colegas de trabalho. “Eu incentivo muito as meninas que atuam comigo na Farmácia a estudar, a não desistir de seus objetivos, a não parar. Porque tudo se consegue. Nós, mulheres, somos capazes de nos transformar em 10 se for preciso. Nós damos conta”, assegura.

Os valores que traz consigo, aprendidos com seus pais, ela procura ensinar também ao filho, de 13 anos. “Eu cobro muito isso dele: respeito, responsabilidade, cuidado, educação. Acho importante ensinar esses valores às nossas crianças e jovens, para que, quem sabe, no futuro, nós tenhamos um mundo melhor de se viver, sem violência”, destaca.

Integrando a equipe do HCC desde 2010, a farmacêutica ressalta, ainda, o amor que sente por sua profissão. “Já no primeiro semestre da faculdade eu me apaixonei pela Farmácia e sou apaixonada até hoje. Amo a minha profissão e posso dizer que eu não me imagino fazendo outra coisa”, salienta.

 


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