O médico oncologista, Dr. Luciano Alt, participou, nos dias 15 e 16 de novembro, de um evento sobre neoplasias gênito-urinárias, realizado nos Estados Unidos.
O coordenador médico e oncologista do Serviço de Oncologia do Hospital de Caridade de Carazinho, Dr. Luciano Alt, foi um dos representantes do Rio Grande do Sul em um evento sobre neoplasias gênito-urinárias, realizado nos dias 15 e 16 de novembro, nos Estados Unidos – mais especificamente no MD Anderson Cancer Center, instituição que é referência mundial em pesquisa e tratamento do câncer, localizada em Houston, no estado do Texas.
“O evento teve como foco as neoplasias gênito-urinárias, que acometem, principalmente, os rins e a bexiga, e a evolução de suas terapias, sobretudo com relação à imunoterapia - modalidade de tratamento que faz com que o próprio organismo do paciente, por meio de suas células de defesa, combata o câncer”, comenta Dr. Luciano.
Para o oncologista, é de suma importância ampliar a divulgação de informações sobre essas neoplasias, para que a população conheça suas causas, seus sintomas e, assim, consiga preveni-las e diagnosticá-las precocemente. Ele explica, portanto, que a maioria dos cânceres de rim e de bexiga tem relação com o ato de fumar. “O tabaco promove redução da oxigenação dos órgãos, facilitando que células sofram mutações e, dessa forma, desenvolvam o câncer”, ressalta.
Segundo o médico, na maioria das vezes, o câncer de rim é descoberto de forma ocasional, sem apresentar suspeitas ou sintomas clínicos, ou seja, por meio de exames que visavam investigar outras patologias. Em alguns casos, porém, os pacientes podem apresentar sangramento na urina, dores lombares e massas palpáveis.
“O ideal é que se diagnostique precocemente o câncer de rim, para que seja possível a retirada do órgão doente. No entanto, quando a doença já se espalhou (metástases), existem tratamentos com comprimidos e drogas injetáveis, para reduzi-la ou contê-la”, salienta.
Com relação ao câncer de bexiga, de acordo com o médico, além do tabagismo, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como a inalação de substâncias tóxicas, que, a partir dos pulmões, vão para a corrente sanguínea e, então, para os rins, sendo armazenadas com a urina na bexiga - ocasionando, assim, agressão à parede interna do órgão e, consequentemente, o câncer.
Por essa razão, são considerados grupos de risco os trabalhadores de garimpos e curtumes, ourives, além de agricultores expostos a alguns tipos de agrotóxicos, sobretudo, sem a proteção adequada. Como fator de risco está, ainda, a ocorrência de cálculos e infecções de repetição na bexiga. “O sangramento na urina, que aparece e desaparece, sem dores, deve alertar para a possibilidade de câncer de bexiga. Se a doença for superficial, pode-se fazer cirurgia endoscópica, mas, se invadir o músculo do órgão, o tratamento pode requerer a sua retirada, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia”, acrescenta Dr. Luciano.
Além do evento nos Estados Unidos, em outubro, o oncologista - que também é membro da Sociedade Europeia de Oncologia -, participou de um congresso em Munique, na Alemanha.