HCC

Palestra sobre Cuidados Paliativos, Luto e Aconselhamento do Luto e realizada no HCC

08/07/2019

Integrando o projeto Caravana AMRIGS, o evento aconteceu no Salão Nobre do HCC, na sexta-feira (05), e teve como palestrantes a médica do Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Dra. Luciana Saavedra, e o médico de Família e Comunidade e monge zen budista, Dr. André Luiz da Silva.

A Associação Médica de Carazinho, o Hospital de Caridade de Carazinho e a Associação Médica do Rio Grande do Sul - AMRIGS proporcionaram aos profissionais da saúde, na noite de sexta-feira (05), uma reflexão sobre Cuidados Paliativos, Luto e Aconselhamento do Luto.

Integrando o projeto Caravana AMRIGS, o evento aconteceu no Salão Nobre do HCC e teve como palestrantes a médica do Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Dra. Luciana Saavedra, e o médico de Família e Comunidade e monge zen budista, Dr. André Luiz da Silva. 

Antes das explanações, após a acolhida do presidente da Associação Médica de Carazinho, Dr. Carlos Roberto Muneroli, o diretor técnico do HCC, Dr. Darlan Martins Lara, desejou, em nome do hospital, as boas-vindas a todos e salientou a importância das temáticas escolhidas para nortear as palestras.  “É muito importante que possamos pensar sobre o nosso processo de morrer, afinal, a morte é encarada sempre a partir de como a gente pensa, processa e aceita a nossa própria morte. Entender isso é determinante, portanto, para conseguir trabalhar o luto, trabalhar os cuidados paliativos, compreender a perda das pessoas que eu amo e a perda de pessoas no meu trabalho”, salientou.

Ao iniciar a sua fala, a médica do Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Dra. Luciana Saavedra, apresentou pesquisas que apontam a qualidade de morte dos pacientes, demonstrando que, no Brasil, eles ainda não tem o cuidado adequado em seus últimos momentos de vida. Nesse contexto, ressaltou que, mesmo não havendo mais tratamentos curativos em determinados casos, sempre há muito o que ser feito para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Ao citar o código de ética médica, ela salientou, ainda, que o paciente tem o direito de decidir sobre o seu tratamento, a partir do conhecimento sobre os benefícios e malefícios de cada procedimento. Também, conceituou o termo “Cuidados Paliativos” como uma abordagem que promove o bem-estar de pacientes que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento – bem como, de seus familiares.

Além disso, durante sua explanação, ela comentou sobre os princípios e conceitos básicos dos cuidados paliativos, os modelos de assistência que podem ser direcionadas a esses pacientes, os mitos que envolvem esses cuidados, salientado aquilo que deve e o que não devem ser dito a pessoas em fase final de vida.  “Nunca digam a um paciente que não há mais nada a fazer”, lembrou, encorajando os espectadores a aproveitarem mais a vida, fazendo aquilo que desejam e sonham.

O médico de Família e Comunidade e monge zen budista, Dr. André Luiz da Silva, por sua vez, iniciou sua explanação sobre o Luto questionando os presentes sobre o que fariam se lhes restassem apenas um dia de vida. Além disso, detalhou as fases da terminalidade da vida diferenciando-as das fases do luto fisiológico, e relatando, ainda, as variáveis psicossociais que impactam no processo do luto, que estão relacionadas ao contexto de quem vivencia tal situação.

Ao apontar os aspectos gerais sobre o luto, ele afirmou, entre outros quesitos que: não há uma teoria explicativa sobre o luto; o processo de resolução é individual e leva a uma revisão de valores; o luto não é superado, é elaborado; não há um preparo a ser feito e o caminho de resolução não é linear; e o luto não é uma doença, por isso, precisa ser vivido.

Também, ressaltou a gama de sentimentos que envolvem a pessoa enlutada - tais como tristeza, raiva, culpa, ansiedade, solidão, fadiga, choque e desamparo -; explicou sobre o sentimento de luto vivenciado por crianças – que é diferente dos adultos; apontou os aspectos que diferenciam o luto da depressão; e descreveu os princípios e procedimentos que envolvem o aconselhamento do luto.

Ambos os palestrantes reiteraram, ainda, a importância de abordar a questão da morte, do luto e dos cuidados paliativos, a fim de desmistificar o tema e preparar os profissionais da saúde para lidar, da melhor forma, com tais situações. Além disso, agradeceram pela presença maciça do público, composto por profissionais e estudantes da área da saúde.


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