HCC

Trabalho artesanal que aquece corações na Oncologia do HCC

22/07/2019

Tricô e crochê se tornaram um passatempo solidário para os acompanhantes do serviço de Oncologia do Hospital de Caridade de Carazinho

Responsável pelo tratamento do Câncer, o serviço de Oncologia do Hospital de Caridade de Carazinho recebe, em média, 130 pessoas diariamente, tendo, entre elas, pacientes e acompanhantes oriundos de 20 municípios do Rio Grande do Sul.
Muitas dessas pessoas deslocam-se até Carazinho com o transporte oferecido pelos seus municípios, o que, por vezes, resulta em períodos de espera. Devido a esse grande fluxo de pessoas vindas de outras localidades, surge o projeto “Quadradinhos Solidários”.
Criado pelas enfermeiras do setor de Oncologia, a atividade, que começou apenas como um passatempo, hoje é um meio de espalhar solidariedade pelo HCC. A enfermeira Janete Ferla conta que, com apenas um ano de existência, a iniciativa já trouxe bons resultados para todos. “Enquanto aguardam, os acompanhantes dos pacientes confeccionam os quadradinhos de tricô e crochê, que, depois de prontos, são unidos e transformados em cobertores - que são doados para as pessoas que necessitam. Nós já temos cerca de 20 mantinhas prontas. É uma forma de entretenimento e de estímulo à solidariedade”, destaca.
Nesse contexto, ela lembra o sentimento de união impulsionado pelo projeto. “É uma alegria ver as pessoas se divertindo enquanto tricotam! Sem falar que muitas amizades também são feitas nessa situação, já que quem sabe acaba ensinando quem não sabe. Muita gente que nunca havia feito nenhum tricô aprendeu a fazer aqui”, ressalta.
A iniciativa, que começou em Carazinho, já alcançou outros municípios da região. “Baseado no que fazemos aqui no HCC, um grupo de mulheres de Não-Me-Toque se reuniu e confeccionou 13 mantas, que foram entregues a nós como presente”, conta a enfermeira, que enfatiza, também, a alegria do grupo em realizar a atividade. “Elas nos relatam que foi uma ótima terapia, pois passaram a ser reunir toda semana para tricotar e conversar. Segundo elas, muita energia boa e amizades saíram dali”, conta.

Mão amiga

Acompanhante do marido em suas sessões de quimioterapia, a aposentada Leda Melo foi uma das primeiras a abraçar o projeto. “Eu sempre ficava fazendo tricô e crochê na sala de espera e foi então que a Janete veio falar comigo sobre a ideia. Eu, é claro, a apoiei. Ajudei com as agulhas, o cesto, conseguimos algumas lãs com amigos e familiares, linhas, e então a iniciativa começou. Hoje, juntamente com um grupo de amigas, nós fechamos os quadradinhos, finalizamos o trabalho e entregamos para que elas sejam doadas para aquelas pessoas que necessitam. Já foram confeccionados diversas mantinhas, além de um poncho que finalizamos recentemente”, comenta.
Voluntária da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Carazinho, ela lembra, ainda, que a atividade a ajudava a se acalmar durante um momento de grande ansiedade. “Quanto eu estava na sala de espera, não era a Leda da Liga, mas, sim, uma esposa fragilizada pela condição de saúde do marido. É uma forma muito boa de distração e passatempo, que contribui para a diminuição do nervosismo. Além de que, com isso, conseguimos iniciar um lindo trabalho artesanal que ajuda não somente a nós, acompanhantes, mas, principalmente, que aquece os pacientes e seus corações”, ressalta.


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