EU VENCI A COVID-19!
Confira o depoimento de Jaqueline Padua de Lima, segunda paciente com diagnóstico de Covid-19 a receber alta no Hospital de Caridade de Carazinho.
Jaqueline Padua de Lima foi a segunda paciente com diagnóstico de Covid-19 a receber alta no Hospital de Caridade de Carazinho. Após 05 dias de internação, ela deixou a ala de isolamento no último domingo (10). Neste depoimento, ela conta sobre a experiência de ter convivido e vencido a doença.
Confira:
"Meu nome é Jaqueline Padua de Lima. Quando me perguntam o que eu senti... Bom, no começo, achei que fosse uma gripe qualquer, jamais imaginei que fosse a Covid-19. Eu senti dores no corpo, tive espirros e fortes dores na cabeça. Porém, como eu faço tratamento pra depressão, a dor de cabeça não levei muito a sério, pois já convivo com ela. Mas, com o passar dos dias, elas acabaram ficando mais fortes, então, procurei ajuda no HCC.
Os médicos me isolaram e comecei o uso de medicamentos. Após uns quatro dias, então, eu tive uma piora no quadro, foi aí que senti calafrios, dores fortes até para caminhar e vieram as faltas de ar. Nossa, a falta de ar e a dor no peito são terríveis. Voltamos ao HCC, onde o médico da triagem logo me examinou e pediu novamente os exames. Logo fui para o oxigênio, fiz os exames de sangue e Raio X.
O resultado do Raio X veio alterado, mas, no momento ainda não tinha caído minha ficha. Aí pediram para fazer uma tomografia. Foi uma correria, porque com as dores, as minhas veias acabaram se escondendo, então, não conseguia fazer a medicação, e na tomografia o médico já havia visto algo errado: que não era uma gripe normal. Quando me levaram pra espaço de isolamento dos casos suspeitos, minha pressão estava alta e ainda tinha febre.
Quando me colocaram lá, eu senti medo. Além da dor, muito medo! Passei uma noite nesse espaço de suspeitos. No outro dia, fui encaminhada pra a ala Covid. Mesmo sem o resultado do teste, os médicos já estavam me medicando. Em uma visita da médica, eu perguntei para a doutora se poderia não ser o Covid. Ela disso, ou é Covid, ou H1N1.
Aí caiu a ficha! Veio o choro. Vieram as perguntas de porquê. Será que vou sai daqui? E, no outro dia, a confirmação. A secretaria da saúde me ligou pra informar que o resultado era positivo. Meu mundo desabou! Pensei nos meus filhos, nos meus pais, na minha família que havia mantido contato.
Mas, a cada dia, eu me sentia melhor, as mensagens de carinho e apoio da família são fundamentais nesse momento. A minha maior preocupação, porém, era com eles aqui fora.
Então, eu me pergunto como eu peguei? Ou de quem? Porque a maioria da pessoas pensa: ah, ela não se cuidou. No entanto, eu era a que menos saia de casa, ia ao banco e aos supermercados como todo mundo. Sempre me cuidando com máscaras e álcool em gel. Então, não sei. É uma incógnita.
Sei que foi uma experiência única. Eu brinquei com as enfermeiras, em novembro, dizendo que queria tirar minha vida e, hoje, eu estou lutando por ela. É isso, eu só agradeço a Deus por estar bem, por estar viva. E acho que o remédio é o amor! Acho que sem o carinho do meu esposo, da minha família, eu não teria conseguido vencer.
Ao hospital, eu agradeço por tudo, pela atenção de toda a equipe, desde a equipe da limpeza até aos profissionais médicos".
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