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HCC e UPF promovem a primeira edição do projeto “Diálogos Comunitários”

27/06/2019

Realizado no auditório da UPF Carazinho, o evento abordou o tema “Saúde Mental: depressão e suicídio, como reconhecer os sintomas”, e foi conduzido pelo psicólogo clínico do HCC, Marcelo Graciano, e pelo médico psiquiatra e docente da UPF, Prof. Dr. Diego Giacomini.

O Hospital de Caridade de Carazinho e a Universidade de Passo Fundo promoveram, na noite de quarta-feira (26), a primeira edição do projeto “Diálogos Comunitários” – iniciativa que visa, através de painéis e palestras, difundir informações acerca de temas relacionados à saúde, promovendo uma integração entre as instituições e a comunidade. 

Realizado no auditório da UPF Carazinho, em sua primeira edição, o evento abordou o tema “Saúde Mental: depressão e suicídio, como reconhecer os sintomas”, e foi conduzido pelo psicólogo clínico do HCC, Marcelo Graciano, e pelo médico psiquiatra e docente da UPF, Prof. Dr. Diego Giacomini - com mediação do diretor da Faculdade de Medicina da UPF, Prof. Dr. Paulo Roberto Reichert.

Antes das explanações, porém, durante os pronunciamentos, o presidente do HCC, Jocélio Cunha, enalteceu a parceria existente entre o hospital e a Universidade de Passo Fundo, que tem contribuído para a formação de novos profissionais, através da realização de estágios curriculares. Também, salientou a importância desse novo projeto, que visa difundir informações relevantes à comunidade, visando a prevenção de doenças e o seu bem-estar.

O vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da universidade, Prof. Dr. Rogerio da Silva, por sua vez, ressaltou sua satisfação em ver o auditório do campus lotado de pessoas interessadas em conhecer melhor a temática apresentada, afirmando que ações como essa reforçam o compromisso da instituição com a produção e a disseminação de conhecimentos, através dos projetos de ensino, pesquisa e extensão.  

Ao falar sobre depressão e suicídio, então, o psicólogo clínico do HCC, Marcelo Graciano, ressaltou, inicialmente, a importância de quebrar os tabus que envolvem o tema.  Segundo ele, as pessoas devem ter a clareza de que a depressão é uma doença, com seus sintomas e agravos, como qualquer outra. “É preciso tratar a depressão e o suicídio sem preconceitos. Precisamos aprender a acolher quem está em sofrimento, com um olhar de apoio e respeito. E a família tem um papel muito importante na identificação desses sinais”, afirmou.

Conforme o psicólogo, uma pessoa em depressão pode apresentar humor deprimido, falta de interesse e de prazer, insônia ou, até mesmo, algum comportando de risco, como automutilação, verbalização de conteúdo pessimista e desistência de vida. “Precisamos refletir sobre o nosso papel, pois temos a responsabilidade de aprender a nos conhecer e a reconhecer aqueles que estão a nossa volta. Reconhecer o que nos faz bem, o que faz sentido para nós, os nossos pensamentos, principalmente, aqueles que nos entristecem”, frisou.

Já o médico psiquiatra, Prof. Dr. Diego Giacomini, apresentou, em sua fala, índices que comprovam a gravidade da doença. Segundo ele, a depressão afeta 350 milhões de pessoas no mundo, de todas as faixas etárias, sendo a principal causa de incapacidade. “Histórico familiar de doença psiquiátrica; uso de drogas; doenças sistêmicas crônicas, como HIV, hepatite e hipotireoidismo; traumas físicos, psicológicos e sexuais na infância; grande carga de estresse; morte de familiar ou pessoas próxima e uso de determinados medicamentos, são alguns fatores de risco para a depressão”, pontuou.

De acordo com o psiquiatra, ainda, a doença é um dos motivos que podem levar o paciente a cometer suicídio. “O suicídio é um fenômeno complexo, causado por vários fatores inter-relacionados: pessoais, sociais, psicológicos, culturais, biológicos e ambientais”, explicou, enfatizando, através de dados, a importância de falar sobre o assunto.

Conforme as estatísticas, o suicídio é a principal cauda de morte no mundo. 800 mil pessoas tiram sua própria vida por ano, 2.200 por dia, uma pessoa a cada 40 segundos. O Brasil é o 8º país no mundo em casos de suicídio, em 2016, foram 11.433 mortes. O Rio Grande do Sul tem as maiores taxas de suicídio por habitantes.

Após as explanações, os profissionais responderam os questionamentos do público e, para encerrar o evento, a diretora da UPF Carazinho, Munira Awad, agradeceu a presença de todos, motivando-os a cuidarem melhor de si e daqueles que estão a sua volta.


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