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No Dia Mundial do Diabetes, médica endocrinologista do HCC esclarece sobre a doença

14/11/2018

Em 14 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Diabetes. Por isso, o Hospital de Caridade de Carazinho apresenta, nesta publicação, uma entrevista com a médica endocrinologista e metabologista de seu corpo clínico, Dra. Luciana Müller Bagatini.

Em 14 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Diabetes. A data foi instituída em 1991, pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e dos governantes sobre a importância da prevenção e do controle da doença.

Para ampliar a difusão de informações sobre o tema, ainda, a Sociedade Brasileira de Diabetes promove a campanha “Novembro Diabetes Azul”, cujo símbolo é um círculo azul - que representa a unidade necessária da comunidade global para responder à crescente prevalência do Diabetes, que atinge cerca de 415 milhões de pessoas em todo o mundo.

Engajado no movimento, portanto, o Hospital de Caridade de Carazinho apresenta, nesta publicação, uma entrevista com a médica endocrinologista e metabologista de seu corpo clínico, Dra. Luciana Müller Bagatini. Confira:

1. O que é o Diabetes?

R: O Diabetes é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue. A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células e ser utilizado como fonte de energia. No entanto, se houver falta desse hormônio, ou se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o Diabetes.

2.    Existem diferentes tipos da doença, qual a diferença entre eles?

R: Os principais tipos de diabetes mellitus são o tipo 1 e o tipo 2. O Diabetes tipo 1 é, em geral, doença autoimune, desencadeada pela formação de anticorpos produzidos pelo próprio organismo contra as células do pâncreas, ocasionando comprometimento da produção de insulina.  Já o Diabetes tipo 2, em que predomina a resistência à ação da insulina, é uma consequência, sobretudo, da obesidade e de hábitos de vida não saudáveis, como o sedentarismo.

3.    Existem formas de prevenção do Diabetes?

R: O DM2 pode ser prevenido, em geral, com dieta e atividade física regular, além de hábitos de vida saudáveis, que podem evitar a progressão da doença, principalmente, no início - fase conhecida hoje como pré-diabetes. O DM1, infelizmente, ainda não pode ser prevenido.

4.    Como é o tratamento da doença?

R: As mudanças de estilo de vida são o primeiro passo para redução do peso corporal e controle dos valores da glicemia no DM2. Reduzir as atividades sedentárias e aumentar a atividade física programada (tais como caminhada, corrida, natação) ou espontânea (por exemplo, subir escadas, não utilizar o carro para percorrer pequenas distâncias) é fundamental. É necessário reduzir a ingestão calórica, principalmente de doces, massas e pães, o consumo de carnes gordas e embutidos, aumentar o consumo de fibras, com o aumento de grãos integrais, leguminosas, hortaliças, assim como, limitar a ingestão de bebidas açucaradas. 

Pode ser necessário o uso de medicações, como os antidiabéticos orais em DM2, enquanto o DM1 necessita, obrigatoriamente, do uso de insulina desde o início da doença.

5.   Muito se fala sobre as restrições que uma pessoa com diabetes enfrenta. É possível ter uma vida normal mesmo com a doença? 

R: O DM é uma doença que cursa com complicações a longo prazo que, em geral, surgem com anos de doença. O indivíduo com DM pode levar uma vida normal se adotar hábitos de vida saudáveis que evitam essas complicações e contribuem para a qualidade de vida. O paciente insulino-dependente deve se adaptar com o uso de insulina, a fim de levar uma vida normal.

6.    O Diabetes pode ocasionar complicações?

R: O excesso de açúcar no sangue causa, principalmente, complicações nos pequenos vasos, causando lesões nos olhos (retinopatia diabética), nos rins (nefropatia diabética) e nos nervos (neuropatia diabética). Além disso, facilita a ocorrência de doenças como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico.

7.    Qual a importância do diagnóstico precoce e como ocorre esse diagnóstico?

R: O desenvolvimento do DM2 ocorre ao longo de anos e o diagnóstico precoce é fundamental para evitar as complicações já citadas.

Pessoas com valores de glicemia de jejum (no exame de sangue) entre 100 e 125 mg/dl e/ou entre 140 e 199 mg/dl, 2 horas após se alimentarem, são diagnosticadas como portadoras de pré-diabetes. Estes valores já não são mais normais, porém não são tão elevados para classificar o indivíduo como diabético. Pessoas com glicemia de jejum acima de 126mg/dL e acima de 200mg/dL, em qualquer horário, já são consideradas portadoras de diabetes.

8.    Existem sintomas que podem ser um sinal de alerta?

R: Os indivíduos com DM1 e com DM2 descompensado apresentam aumento da sede, do volume urinário e perda não explicada de peso. No entanto, as complicações já citadas podem também estar presentes no diagnóstico do DM2.

A médica endocrinologista e metabologista, Dra. Luciana Müller Bagatini, possui consultório no Centro Médico de Carazinho (Avenida Pátria, 823, sala 201) e o agendamento das consultas pode ser realizado pelos telefones: (54) 3330-2851 e (54)99147-4397.

 


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